EAJA – Recortes da vida


Apresentação das atividades

 

ESCOLA MUNICIPAL “PROFESSORA SILENE DE ANDRADE”

Recortes da Vida

 EDUCANDOS DA EAJA – 2009

1ª e 2ª SÉRIES

3ª e 4ª SÉRIES

8ª SÉRIE

 

APRESENTAÇÃO DO LIVRO-CAIXA

          O Projeto Recortes da Vida surgiu com a finalidade de possibilitar aos nossos alunos a produção de textos orais e escritos e de relatos de histórias de suas vidas, cujos  objetivos de desenvolver a linguagem oral e a linguagem escrita, promoverem à eles a oportunidade de compartilhar  momentos de integração e vislumbrarem-se como sujeitos contadores, escritores e construtores de sua própria história.

         O trabalho realizado envolveu a produção textual, a escolha do título, a correção, a confecção da caixa-livro.

         A realização do Projeto Recortes da Vida, proporcionou momentos preciosos de aprendizado, auto-confiança e significado para todos, que dele participaram.                                                                                                                                                                     Equipe EAJA – Silene  de Andrade.

 

            Após este ano de convivência, espero que as sementinhas plantadas, em cada um, germinem com bastante ternura e possam multiplicar estas histórias em muitas. A saudade ficará como prova do esforço de cada um, em sua superação.

         Sejam felizes!

        Confio em vocês!                       

         Maria Thereza

 

SE EXISTE SAUDADE.

LETÍCIA THOMPSON

            “A saudade é esse passarinho que vem de leve e pousa no nosso coração, trazendo lembranças como um colibri que beija a flor e traz beleza.

         E ela nem escolhe hora ou lugar, só aparece assim, invadindo inteiramente esse espaço que consideramos reservado às pessoas ou ocasiões especiais.

         Mas, se existe saudade, é porque existem sementinhas de ternura plantadas em nós, pedacinhos de coisas boas, que talvez nem tenham ficado muito tempo, mas o suficiente para deixar um rastro, um sabor, uma marca, um perfume.

         Que nome dar então a essa falta, esse vazio nostálgico, dolorido e bom que invade a alma e toma conta do momento?

         Essa viagem que fazemos sem mala e documentos e que nos leva e nos traz, cheios de amor e de não sei o quê?

         A saudade é uma prova, um certificado carimbado e assinado embaixo de que não estamos inteiramente sós e nem vazios.

As pessoas vem e vão e ficam assim se prolongando em nós, existindo pela eternidade do nosso caminho.

         E amanhã ou depois, quando tudo o que sobrar em nós forem pedaços do passado, teremos esse coração rico em histórias que nos farão rir sozinhos e nos sentir vivos.

São essas as peças que os verdadeiros amigos  pregam aos nossos corações. Caímos nessa armadilha e ainda nos divertimos.

         Aprendemos assim que sentir saudades é respirar o amor que plantamos em nós.

 E viver depois repletos desse amor para a vida.”

 É o que desejamos a vocês.

Respirar o AMOR que plantamos juntos, no decorrer deste ano.

Maria Thereza e Equipe EAJA 2009.

 

AQUI ESTÃO AS HISTÓRIAS 

 

ALEXANDRE B. FREITAS

Uma vitória feliz

 Quando tinha 13 anos, eu tive uma grande decepção.

            Perdi tudo de mais precioso que tinha. Meu pai e minha mãe, num acidente de carro, em que eu estava junto e saí pelo buraco da janela.

            Depois deste baque, consegui viver com mais alegria e força que DEUS me deu, sempre lutando pelo que eu queria e sempre conseguindo.

            Vindo para Goiânia, voltei a estudar e sempre trabalhando para meu sustento. Contei com a ajuda de um tio, irmão do meu pai.

            Já estava na 5ª série e tornei a parar de estudar, pois  o serviço que arrumei era muito longe e chegava muito tarde. Quando consegui um serviço mais perto, voltei para o colégio e até agora estou aqui. Graças a Deus, à minha própria vontade e aos professores que dão um grande apoio para mim.

Um dia eu chego lá, onde quero chegar! Ser um grande professor de Educação Física, pois posso ajudar o próximo.

 ANA CÂNDIDA DOS SANTOS

Uma proposta

 O pai da minha patroa, ficou viúvo à três meses.

A Eliane, a filha, deu em cima de mim para eu me casar com ele.

Neste sábado, ela me aprontou uma. Marcou um almoço na casa dele sem eu saber. Me levou para o salão de cabeleireira, depois do trabalho. Ficou me enrolando e demorando muito para me arrumar. Já era quase duas horas quando a cabeleireira me pediu para aguardar fora do salão. Eu já estava “virada”, aproveitei ir lá fora e aí…

Aproveitei para me mandar pra casa. Sem almoço e sem o namorado arrumado.

Quando a Eliane voltou para a loja, eu já tinha vindo embora.

Na segunda feira, na terça e na quarta, não fui trabalhar, com medo dela brigar comigo. Na quinta feira ela mandou me buscar para fazer um vestido.

Não sei como dei conta de fazer. Era um vestido azul claro com escuro, tipo da Cinderela. A dona ficou lá em cima, cobrando. Acabei e a dona gostou do vestido e eu saí em paz.

A Eliane que estava precisando de mim, esqueceu o assunto e falou:

− No caso de você não ter dado certo com meu pai, não precisa ficar sem vir trabalhar. Preciso de você.

E assim, acabou minha proposta.

BETHELLEN JORDANA  R.  MARTINS

 Quando conheci meu namorado

 Lembro como se fosse hoje!  Era no dia 26 de dezembro de 2008, lá pelas 14:30. Primeiro no Natal, eu estava em Aparecida. A minha mãe tava numa chácara perto de Goianira. Nós fomos para lá, nesse dia.

Ele é muito lindo, como eu sonhei. Ele tinha uma namorada que havia terminado fazia  pouco tempo. Disse que quando chegasse na cidade dele, ia terminar de vez com a tal namorada para ficar comigo. Que estava gostando de mim, mas eu não acreditava nele. Sei lá! Ele mal  me conhecia.

 Mas eu tava gostando dele, mesmo ele sendo meu primo. É um problema, só que é primo muito longe, de quarta geração. Era só parente, mas ele falava tanta coisa para mim, que estava gostando de mim e que eu era muito linda.

Isso já era dia 28. Ele ia embora para Portolândia, onde ele mora. É para frente de Jataí, bem longe de Goiânia. Ele foi embora bem cedinho.

Quando foi perto das 20 horas, minha mãe resolveu ir para Mineiros, lá perto de onde ele mora.

No Domingo, ele já tinha me ligado falando que queria beijar a minha boca. Lá em Mineiros eu o vi, mas ele não me viu.  Na terça feira, quando estava indo para Cuiabá, passamos por Portolândia. Foi aí que ele me viu.

            Ele não podia ir para Cuiabá comigo pois tinha que trabalhar no Ano Novo.

Foram ótimos os dias que passei em Cuiabá. Pude ter certeza que ele era a pessoa certa para mim. Voltei de lá dia 4 de janeiro. A primeira pessoa que eu vi foi o Rellinton.

Eu beijei ele muito mas, no dia seguinte tinha que ir embora de novo. Surpresa!!!

Foi ele que veio trazer a minha mãe, minha tia e eu para Goiânia. Ficamos a semana toda juntos e no domingo ele teve que ir embora para Portolândia.

Já estamos namorando. Ele comprou as alianças de compromisso. Ele vai se mudar para Goiânia, morar aqui pertinho de mim. Eu acho ótimo.

Estamos firmes e fortes, para sempre.

Pretendo me casar com ele. É um ótimo namorado e vai ser um ótimo marido.

EU    TE    AMO      RELLINTON.

  

CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS

Minha história de amor

 Eu estava na escola, na aula de Educação Física, quando vi uma menina que me chamou a atenção. A menina estava com uma amiga minha.

No fim da aula, quando voltava para a sala, perguntei para minha amiga quem era a garota com quem ela estava conversando e pedi para ser apresentado a ela.

Na hora do recreio, minha amiga foi buscar a menina para nos conhecermos. O nome dela era Stéphane Paula.

Mas como eu morria de vergonha de conversar com ela pessoalmente, então resolvi perguntar para minha amiga o número dela.

E foi por conversas pelo telefone que comecei a gostar realmente dela.

Ela me achava chato, porque eu ligava para ela toda hora, batia aquela saudade de madrugada e eu ligava, só para saber se ela estava dormindo. Muitas vezes não tinha nada para dizer e mesmo assim ligava, só para ouvir a voz dela. Falava que estava ligando, para ela ouvir a música que eu estava ouvindo.

E ficamos nisso por um ano. Eu chegando nela e ela me dando o fora.

Quando ficamos pela primeira vez, foi porque na sala eu pedia bala para ela e para me provocar, ela dizia que só tinha a da boca e se eu queira, tinha que ir pegar. Um certo dia, eu tomei  coragem e fui pegar a bala e nós ficamos.

Ficamos durante um mês e no dia 29 de abril de 2008, em um passeio, começamos a namorar.

Namoramos por 4 meses. Ela viajou e durante o tempo que ela esteve fora, eu trai ela. Quando ela voltou, nós terminamos,mas não ficamos muito tempo separados. Logo voltamos a ficar sem compromisso.

Ficamos assim por três meses. Tivemos uma briga feia por causa de uma amiga minha e ficamos um mês sem conversar. Aos poucos voltamos a conversar e a namorar novamente, porém, desta vez, só durou um mês. Ela foi passar o fim de ano com os parentes dela e não me avisou. Quando nos encontramos, terminamos novamente.

Mais três meses separado mas…,  ficando sem compromisso.

No dia 18 de março deste ano, voltamos a namorar e estamos firmes até hoje.

 CRISTIANO PEREIRA DE SOUZA

 Um engano complicado

 Tinha uma menina que chamava Bruna. Pensava que era a sobrinha da minha irmã mais velha. Quando chamei, ela saiu correndo e deixou a mochila caída no chão. A menina tinha uns 7 anos. Ela estuda no Wilmar Guimarães. A menina ficou com muito medo de mim, achou que eu ia pegar ela.

Eu estava catando garrafa mais tarde e a menina me reconheceu, perto da linha do Sonho Verde.

Ela estava com o pai dela, que já chegou me dando um murro no rosto. Quando ele ia me dar outro murro, a polícia ia passando e mandou ele parar.

            A polícia me levou pra delegacia e eu fiquei do meio dia até as cinco da tarde, sem comer nada.

            Até que o Seu Devardo ligou para a delegacia e pediu para me soltar e me soltaram. Para resolver o problema, o seu Devardo levou o  meu pai e eu, na delegacia, depois de carro.

Logo em seguida, o Dr. Haroldo, esposo da professora Clara, que é advogado, chegou também para conversar com a delegada.

Ele falou pra delegada que tudo não passou de um engano, porque eu chamei a menina e ela se espantou. A delegada pediu pra  pai, todos os meus papéis. Pegou o meu dedão e colocou na folha e depois, me liberou e fui para casa.

DIVINA PEREIRA DOS SANTOS S. VIGIANO

 Fui uma dama de honra

 Lembro-me de quando tinha 7 anos. Meu tio Zé iria se casar. Eu tinha muita vontade que ele me convidasse para ser dama de honra do seu casamento, sonhava em vestir aquele vestido lindo parecendo de princesa. Quando fiquei sabendo que a noiva do meu tio, a tia Jô, escolheu outra menina, eu fiquei muito triste, porque eu queria muito ser a dama. Chorei mas não falei  nada para o meu tio. Teve o chá de panela. Foi muito bom. Depois foi o casamento e eu ficava imaginando entrando na igreja, toda linda, levando as alianças. Mas na verdade, não era…

 Pensava quem iria se casar e me convidar para ser dama de honra e passou o casamento do tio Zé com a tia Jô.

Quando estava com 9 anos de idade, a minha prima Sandra ficou noiva e ia se casar. Ela é irmã do meu primo Sérgio, que tinha 9 anos e era do meu tamanho. Nem esperei ela escolher ninguém e falei:

_ Se você não quiser que eu seja sua daminha, não serei de mais ninguém, pois já estou ficando grande.

Ela me  disse que eu e o primo Sérgio íamos levar as alianças.

Fiquei muito feliz e fomos escolher o vestido, os sapatos e não era sonho. Era verdade!

No dia do casamento então! Não sei como dizer o quanto estava feliz.

O casamento foi lindo, toda minha família estava lá e eu realizei meu sonho. Tiramos fotos, teve a festa e eu só fui tirar o vestido quando a festa acabou.

Esse foi um dos momentos mais felizes da minha vida.

Para mim, foi como um dia de Princesa!

 

DIVINA XAVIER DE OLIVEIRA

 A minha vida

 

Eu vim de uma família humilde e honesta. Morava no interior, que se chamava Fazenda Nova.

            Minha mãe para mim era, e até hoje, é uma pessoa muito especial, corajosa. Ela deu um bom exemplo para nós.

Ela trabalhou dia e noite, lavando e passando roupa para fora, para cuidar de nós e para nos dar alimentos.

            Foi minha mãe que honrou seu esposo, filhos. Tenho boa lembrança dela, da minha infância. Quando nós íamos para o córrego lavar roupas, no tempo que as  cisternas secavam. Nos banhávamos muito no córrego, andávamos muito nos pastos para pegar coco de guariroba; brincava muito com minhas três amigas; subia nos pés de manga para pegar manga; íamos aos parquinhos quando eles chegavam na cidade. Tive uma infância muito boa.

            Tinha uma senhora que se chamava Dona Leide. Ela gostava de mim. Sempre que ela encontrava com minha mãe, ela me pedia para ela. Ela não tinha filhos, seu esposo faleceu e deixou ela viúva nova. Ela gostava tanto do seu esposo que não quis mas se casar. Toda vez que ela vinha aqui em Goiânia, ela vinha me buscar à noite para dormir na casa dela, para nós sairmos no outro dia, no primeiro ônibus.

Tive uma grande tristeza no dia 14 de dezembro de 86, quando eu morava no Garavelo, com meu marido e as três filhas. Minha mãe foi passar o domingo comigo.

Ao chegar a noite ela  chamou  minha irmã que estava com ela e três sobrinhas e o meu irmão para irem embora, pois moravam no Jardim Califórnia. Elas entraram no ônibus e ao chegar na Praça Cívica, minha irmã sentada com minha sobrinha e minha mãe no outro lado. Quando escutou um barulho, que olhou, era minha mãe, caída no chão. Ela assustada, foi socorrer só que ela já estava morta. Deu uma parada cardíaca. Nem deu tempo de socorrer. Toda vez que me lembrava dela, chorava muito. Fiquei com uma grande dor no coração porque perder uma mãe é muito difícil.

Hoje o meu coração é alegre porque em 97 fui a igreja e aceitei a Jesus Cristo como meu único e suficiente salvador.

Na minha vida abri a porta do meu coração para Jesus Cristo e Ele mudou tudo. Transformou e libertou.

Tenho saudades dela e boas lembranças da mãe maravilhosa que ela foi para nós.

 

 EDSON LACERDA

Um caso

           1991.

            Caripare, Bahia.

            Eu tinha acabado de chegar na cidade. Fui morar com minha mãe.

Tão logo cheguei, conheci uma garota da casa ao lado, que tinha a minha idade.

Começamos a namorar, mas seu pai era muito valente, por isso, namorávamos na matinha, no fundo do quintal.

            Claro que para nós dois, estava tudo correto, mas para os pais, estava tudo errado e não podiam nem sonhar que namorávamos na matinha.

            Claro que o pai da menina ficou sabendo do namorinho. Ele logo me convidou para trabalhar com ele. Topei na hora, pois para o trabalho não tinha hora ruim.

Logo ele começou a me chamar de genro e falava:   _ agora, como trabalhamos juntos, tudo o que arrumar é metade, metade.

Eu concordava com ele, pois só tinha 13 anos de idade e não pensava direito.

Um dia ele descobriu o nosso namoro na matinha e um belo dia, chegando em casa, recebi a notícia que ele queria falar comigo.

Então eu fui lá falar com ele. Logo cheguei na porta, ele me puxou para dentro pelo braço e ela também. Arrancou uma faca da cintura e disse:

_ Essa faca é para quem mexer com minha filha, e perguntou: Você vai se casar com ela?

Respondi com firmeza:

_ Eu não vou me casar com ela.

_ Você ouviu o que ele disse?

_ Sim, eu ouvi, papai.

_ Então eu não quero saber desse namorico escondido. Se quiser namorar, vai ser aqui em frente a casa. E eu vou ficar de olho em vocês dois.

Continuamos o namoro, porém….

Fiquei muito chateado com tudo aquilo que aconteceu, pois éramos crianças e não tínhamos idade para nos casar. Então terminamos o namoro.

Vim de mudança para Goiânia e nunca mais a vi.

GILTON JÚNIOR DA CRUZ SANTOS

 A minha história com duas alegrias

             A primeira alegria foi quando comprei a minha mobilete. Foi tudo de bom mas depois, tive só tristeza pois só andava sujo de graxa, empurrando a minha mobilete.

            Mas ela tinha fazes de momentos bons e momentos ruins. Eu já estava me acostumando com isso, de todos os dias gastar dinheiro para arrumar, mas ela não ficava boa. Meus amigos falavam que isso era só o começo e eu dizia que vocês vão ver. Ela vai ser a mais nova da região!

            Chegou o momento que não teve mais jeito. Vendi a minha mobilete. Essa que é a minha segunda alegria, porque agora não ando mais sujo de graxa, não ando mais empurrando, mas estou muito contente.

            Meus amigos agora falam;

            _ Uai Gilton! Você não disse que ia ser a mais nova?

            _ Não dei conta de sofrer com ela! Respondo.

            _ Até que enfim você viu isso.

            Essa é a história de duas alegrias. Uma quando comprei e outra, quando vendi.

            Todos que comprarem uma mobilete, só vai ter outra alegria, quando vendê-la.

            Agora espero não sofrer com minha moto. Espero que esteja só com alegria com a moto. Espero que a fase ruim não chegue tão rápido.

Sei que não vai ser fácil, mas eu tento ser feliz com essa moto. Vou ter muito cuidado. Não vou fazer o que eu estava fazendo com a mobilete, ficar druchado de uma roda.

            Porque sei que não é como a mobilete. A mobilete machucava menos e a moto machuca mais. É muito mais perigosa.

GUSTAVO HENRIQUE F. ALGAMIM

 A história da minha vida

 A  minha vida é muito simples. Não tenho muito o que contar mas vou falar um pouco dela.

Eu quando pequeno, era um menino muito doente. Minha mãe só ficava comigo no hospital. Tinha pneumonia.

            Eu era um garoto de boa.

Um dia, em casa, estava passando mal e minha mãe me levou para o hospital. Chegando lá, a médica logo me  internou. Fiquei tomando soro e estava escurecendo. Minha mãe se deitou do meu lado.

Uma mulher no outro lado, parecia meio doida. Ficava batendo no filho dela, todos os dias. Minha mãe e as pessoas que estavam no meu  quarto junto, foram no quarto dela e  falaram para ela não bater mais no menino porque senão elas iriam   bater nela.

            Aí então a médica tomou a decisão e mandou a mãe parar de bater no menino.

            Quando eu recebi alta, fui para casa. Fui brincar, e fiquei bem por 3 semanas.

            Tive que voltar para o hospital de novo. Só que desta vez porque estava correndo na rua e fui atropelado, na porta da minha casa.

  

JOÃO JOSÉ DE SOUZA

 Meus 15 anos

 Para interar 12 anos, eu arrumei uma namorada. A moça era meio falada, de uma família não muito sem estrutura. Mas eu gostava muito dela.

            Quando estava com 15 anos, resolvi me casar e falei com meus pais.

− Eu tenho um terreno e não tenho mais nada, mas quero me casar.

Meu pai não disse nem sim, nem  não, mas escutou o que queira dizer. Depois veio e explicou:

− Meu  filho. Primeiro você procura uma outra menina de outra família, pois esta aí, você vai perder tempo com ela. Depois, para casar, tem que ter uma posição e ter casa. Não basta só a intenção. Não adianta casar e ficar na casa dos pais ou do sogro. Pensa bem. É melhor você dar uma volta no mundo e depois se casar.

Ouvi aquilo e foi difícil pois gostava muito dela mas, obedeci meu pai e minha mãe.

Saí de casa, em companhia de meu primo e Deus. O chinelo era de couro. Não tínhamos nada.

Fomos de Bom Jesus da Lapa para Santa Maria da Vitória, também na Bahia. Fui trabalhar com meu irmão.

Era um trabalho duro. Trabalhava de máscara e um tampão no nariz, mergulhando no rio e buscando areia no fundo para encher a canoa. Era a areia mais cara. A areia lavada. A boa!

 Ganhei muito dinheiro em um mês e resolvi ir para Formosa dos Couros, em Goiás. Aí sim, sofri igual condenado. Um dia comia e outro não. Dormia no chão. Foi difícil!

Me casei em Brasília e fui para Aragoiânia (Biscoito Duro). Morei 16 anos lá e minha vida foi boa, com uma fazendinha e uma vida boa.

Depois de 25 anos, voltei em Bom Jesus da Lapa já casado e infelizmente não encontrei meu pai nem minha mãe. A moça  que eu gostava na juventude também já havia morrido. Não me arrependi mas eu gostava muito dela.

Hoje estou aqui em Goiânia, estudando e já sei escrever meu nome e algumas palavras.

 JOÃO SIDNEY

Minhas duas tristezas

          Minha vida é repleta de momentos bons e ruins. Os momentos ruins foram sim, muito ruins.

 Eu nasci em 1994 e morava em Aparecida de Goiânia, no bairro Pappelon Park, até então tudo era bom. Morava com meu pai e minha mãe. Ele era um policial e ela, uma empregada doméstica. Até então tudo era nuvens. Nas férias íamos para a fazenda da minha avó, em Goiás Velho.

Quando foi no ano de 1999, meu pai que tinha problemas de depressão por causa do emprego, estava internado numa clínica e foi liberado para sair da internação e voltar para casa. Era dia 13 de julho. Ele tinha a doença do alcoolismo e no momento estava em um bar. Quando ele saiu o pior aconteceu. Era perto de casa e quando ia chegando na esquina da minha casa, tinha dois homens de tocaia e foi atingido com sete tiros e morreu. A única testemunha que tinha era o dono do bar.

No outro dia, quando eu acordei, saí para a área à procura da minha mãe e vi todos os meus parentes chorando e quis  saber  qual a razão. Um tio me disse:

         − João, seu pai foi pró Céu!

        Eu não sabia nem o que era a morte ainda mas  que na frente estava o meu pai num caixão. Eu peguei nele e não entendia o que estava acontecendo, até pensei que ele ia voltar.

       Esta não foi a primeira e última tragédia que me aconteceu. No ano seguinte, minha mãe já estava namorando com outro homem. Ela engravidou mas tinha um porém. Ela não podia engravidar ou ela morreria na hora do parto ou ficaria tetraplégica. Sem poder falar nada nem o que fazer, ela teve uma doença chamada eclampsia e na hora do bebê nascer, os dois morreram.

       Eu moro com minha avó parte de mãe, desde então.

JOECY RIBEIRO DE SOUZA

 Infância feliz

            Meu nome é Joecy. Sou a oitava filha de dez irmãos. Tive uma infância muito alegre. Os responsáveis por esta alegria foram meus pais, que me deram amor, educação.

            Eu morava em uma fazenda muito bonita, tinha galinhas, frangos, tinha também gado, cavalos e burros.

Ao lado da nossa casa, tinha mata com muitas árvores. Eu e minha irmã gostávamos de brincar de subir nos pés das árvores e também de brincar de gangorra. A gente colocava carvão no espigão da gangorra para fazer ruído igual de carro de boi. Brincávamos também de fazer casinha, coberta de folhas de coqueiro, com repartimentos, salinha, quartinho, cozinha com fogãozinho feito de barro para brincar de cozinhadinha.

Eu fiquei muito triste quando nos mudamos de lá, mas depois eu descobri que a vida é cheia de aventuras e surpresas, por isso não devemos desperdiçá-la.

JORDANA ROCHA ALMEIDA

A minha vida

Vou falar um pouco da minha vida. Vou falar quando completei 15 anos.

Minha mãe sempre me avisava. Nunca gostei de escutar os conselhos dela. Agora me arrependo de não ter escutado os tais conselhos. Vou então contar o que aconteceu.

Engravidei com 15 anos e não tinha nenhuma experiência. Mas como a minha filha veio ao mundo, tinha que cuidar dela. Ela é um presente de Deus, uma pessoa muito meiga e linda.

Agora eu tenho que trabalhar para cuidar dela e dar as coisas que ela precisa. Tomei bastante juízo e aprendi a lição. Agora sei o que devo e não devo fazer. Tenho um namorado, sou noiva e estou muito feliz.

Minha  filha já vai fazer 2 anos. Ela é uma menina muito carinhosa e amorosa. O pai abandonou e nunca mais quis vê-la, mas graças a Deus, ele está dando a pensão para ela. É pouco mas dá para ajudar.

Para ela, o pai é o meu namorado. Eu deixo porque ele dá amor e carinho para ela e também tem aquele ditado.

“Pai é o que cria e não o que faz.”

Ele está criando e dando amor e carinho para ela e ela está muito feliz.

 MARCIEL MARTINS R. JÚNIOR

 Esperança de vida

            Muitas das vezes, nós jovens só damos valor quando perdemos tudo, chegando  um dia que pode ser tarde, só damos valor no hoje e esquecemos do amanhã. Nossos pais já pensavam no futuro. Por quê? Porque eles também foram jovens e fizeram as mesmas coisas que hoje fazemos. A diferença é que no mundo de hoje, em um mundo mais capitalista, onde as pessoas acham que são melhores que as outras.

            Sou descendente de uma família financeiramente bem. Meus pais quando jovens, não deram valor e perdeu tudo o que tinham. Cada um teve que se virar e trabalhar, como empregado. Quando meus pais se casaram, tiveram dois filhos. Cansados de se humilhar, trabalhando como escravo, eles tiveram que juntar dinheiro para trabalhar por conta própria para dar um futuro melhor para seus filhos. Só que trabalhar por conta própria não é fácil porque todo começo é difícil. Tem que trabalhar muito. Se as pessoas se esforçam, pode ser que consiga um futuro melhor.

            A pessoa que nasce em berço de ouro, tem tudo o que quer. Mas não se enganem! Até mesmo pessoas com grande fama e sucesso, podem ir à falência.

            Meus pais juntaram tudo quanto tinham e montaram um comércio na Vila Finsocial. Um bar que se tornou mercearia e foram trabalhando e lutando de domingo a domingo. A mercearia se tornou um supermercado.

           Este tinha estrutura para depósito de gás e açougue. Assim eles fizeram e aumentaram muito o capital. Todo esse tempo de luta e trabalho, compraram até um sitiozinho em Córrego do Ouro de Goiás.

            Já estavam com três filhos, estes foram crescendo e já estavam trabalhando e ajudando a família. Nós começamos a perceber que estávamos trabalhando e não usufruindo dos bens. Começamos a questionar porque trabalhávamos tanto e não ganhávamos o que  queremos.

            Meus pais respondiam por que não  era a hora. __ Estuda primeiro e forma . depois poderão desfrutar do melhor.

            Meus pais sabiam o quanto foi difícil para eles conseguirem melhorar. Mas jovem, pensávamos que nossos pais queriam fazer de nós, seus escravos.

            Um dia ocorreu um assalto no estabelecimento. Meu pai reagiu e os assaltantes o mataram. Foi um dia trágico e infeliz para mim e para toda a família. Ao passar do tempo, perdemos tudo por não dar valor.

Toda a história de minha família muito me marcou. Mas o que mais marcou foi a morte do meu pai. Esta marca ficará para o resto da minha vida.

MARIA DAS GRAÇAS L. ROCHA

 Minha vida

             Nasci na região do Nordeste, no estado do Rio Grande do Norte, na cidade de Juçanã, onde me criei.

            Fui uma criança muito sapequinha e humilde, não tinha dinheiro para comprar um brinquedo. Minha mãe me ensinou a brincar com bonequinhas de espigas de milho. Colocava uns paninhos na cabeça e formava uma boneca.

            E era o máximo. Fui crescendo, ia para o rio e carregava água num pote de barro. Quando não agüentava mais o pote, virava para trás e o quebrava. Aí minha mãe me surrava, mas não deixava de ser impossível

            Tinha tanta vontade de ter uma boneca mas nunca tive este prazer. Fui crescendo.

            Na minha adolescência, não saia pra lugar nenhum, pois naquela época, os pais prendiam as mocinhas dentro de casa, só ia para a igreja quando minha mãe ia comigo. Assim mesmo, pisando no meu calcanhar, quando olhava para um rapaz. Minha mãe me seguia e dava bravo comigo. Fui arranjar o primeiro namorado com 17 anos e assim mesmo minha mãe ficava na sala comigo e ele. As panelas queimavam no fogo e ela da sala não saía. Sentia o cheiro de queimado e dizia:

            _  Vai Maria, olhar as panelas!

            E da sala ela não saia.

Casei com 20 anos e tive a primeira filha com 21 e a segunda com 22 anos. Passei dezessete anos casada  e depois foi desgastando até chegar o ponto da separação.

            Fiquei com minhas duas filhas, batalhando a vida no nordeste. As duas se casaram. Meu sobrinho me trouxe para Goiânia, para tentarmos uma vida melhor.

            Sofri. Não foi fácil a minha vida aqui em Goiânia. Passei muitas necessidades na terra estranha. Mas, lutando é que se vence. Nunca perdi as esperanças e sempre confiei em Deus.

            Hoje tenho meu trabalho, minha casa, minhas filhas perto de mim. Minha mãe com 97 anos e hoje, sou feliz, Graças a  Deus.

MARIA DE LOURDES DA SILVA

Sou feliz!

Sou mãe de seis filhos.

No mês de agosto, perdi a Fabiana.

Sou muito feliz por ter esta família. Eles são muito importantes para mim.

Tenho três netas: Ana Clara, a Giovanna e a Ana Caroline. Esta de 9 anos, está gravando um CD. Fico muito feliz por ter as minhas netas. Elas são muito importantes.

Vou agradecer aos meus filhos, Fábio e Arlete por ter colocado as minhas netas na minha vida.

O Admilson já é casado e mora no meu lote.

O Adilson e o Renato, são solteiros e moram comigo.

Fiquei 34 anos casada com o Senhor Antônio José. Sou viúva a três anos.

Agradeço a Deus pela minha vida, pela minha família e pelo meu trabalho.

Sou feliz!

MARIA HELENA DOS SANTOS LEITE

 A minha história de vida

             Estudando a vida humana através dos tempos.

            Estudo o que os homens e mulheres de todas as idades fizeram, pensaram ou sentiram como seres sociais.

            Nesse sentido o conhecimento de historia alarga a compreensão das pessoas como seres que constroem seu tempo.

            “A minha historia de vida.”

            Eu não tive uma infância muito boa, nasci no interior do Piauí, em um lugar chamado Luzilândia. Quando eu estava para completar 4 anos, meus pais se separaram, então fui morar com meus avós.

Já estava com 8 anos, minha avó faleceu e retornei para a casa da minha mãe. Foi aí que ela resolveu me mandar para Goiânia, porque ela não tinha condições de cuidar de mim. Nós éramos seis irmãos.

Então, fui morar com uma família, mas sempre  ia visitá-la, nas minhas férias. Toda vez que eu chegava na cidade onde minha mãe mora, era a maior alegria e muita felicidade. Mas quando estava chegando o dia de voltar para Goiânia, era só tristeza e muito choro. E ainda é assim. Sempre que vou visitar meus pais no Piauí e toda vez que chego lá é muita felicidade, mas quando está nos dias de vir embora, é muita tristeza e lembrança de lá.

Se eu pudesse, eu ia todo fim de ano para ver meus pais e meus irmãos, pois eles são as coisas mais importantes na minha vida.

Meus filhos também sã importantes para mim.

Eu peço a Deus todos os dias da minha vida, para que os abençoe e ilumine sempre.

“ A Tua vida é como um livro…

O assunto principal pode ser sua profissão…

O amor…

A família.”

“Que DEUS nos proteja, hoje e sempre.”

NÁLIA AMORIM LACERDA

Minha vida

A minha vida é trabalhar e chegar em casa e cuidar dos filhos e do marido.

 Não ter direito de me divertir e nem de sair para passear na casa de uma amiga, porque meu marido não gosta que eu saia para falar com ninguém. Eu tenho que ficar dentro de casa nem que seja de cara virada, um para o outro.

            Só que já estou cansada de viver deste jeito, por isso andei pensando em me separar dele.

            Mas sei que não posso fazer isso, tenho que cuidar dos meus filhos. Eles precisam de mim para cuidar deles. Aí eu penso  e volto atrás e começo tudo de novo.

            Eu agradeço a Deus por tudo que ele tem feito por mim e minha família, obrigada MEU PAI por existir e me ajudar. Não deixar que o inimigo faça a minha cabeça para que eu venha fazer alguma coisa errada nesta vida.

            Esta é minha história. Que eu vivi em uma noite de sábado, porque queria sair para ir ao chá de berço  de uma amiga e o meu marido começou a me falar coisas. Eu desisti de ir e fiquei com raiva dele até o outro dia.

Ele me pediu desculpas e eu o desculpei.

 

NEILA ABADIA DE MOURA PASSOS

Filhos, bênçãos da minha vida

            Casei-me em 1984, dois anos depois engravidei do meu 1º filho. Quando ele estava para nascer, fui para Morrinhos. Minha irmã é enfermeira e poderia me ajudar. Só que no parto, faltou oxigênio para o bebê. Ele teve sérios problemas. Com 1 mês de idade, ele  começou a tomar um remédio forte. Ele era tão pequeno que uma gota era o suficiente. O tempo passou e o meu bebê, agora com um ano, estava curado.

            Cresceu um menino bonito e saudável. Nunca tive problemas para educá-lo. Hoje com 23 anos, está terminando a faculdade de Ciência da Computação. Ele é uma benção para minha vida.

            Agora vou falar do meu segundo filho. Nasceu dois anos depois do primeiro, também em Morrinhos. Era bonito e saudável.

            Durante dois anos de vida, ele viveu dentro da normalidade. Mas um remédio para vômito que ele tomou, teve convulsões e novamente ficamos dependendo dos remédios, por cinco anos. Novamente veio a cura.

Hoje, com 21 anos, faz faculdade de Engenharia de Alimentos. É a outra benção da minha vida.

            Quero dizer que tenho orgulho saudável das duas bênçãos que tenho.

            “Obrigada por tê-los.”

NOEME PEREIRA DE MELO

Um sonho

         Eu, Noeme, sou do estado do Tocantins e vim morar em Goiânia em 1991, para trabalhar como babá, para uma família. Não deu certo e parti para outro trabalho e fiquei morando com minha irmã.

         Neste tempo foi que conheci o Francisco com quem me casei e tenho dois filhos, que são uma benção na minha vida.

         Eu sou uma mãe muito feliz porque tenho uma família muito amorosa. Consigo conviver com todos.

         Quando estou de folga, eu arrumo a minha casa e passeio com meus filhos.

         Continuo a trabalhar porque tenho um sonho na minha vida. Conseguir a minha casa própria para morar com a minha família, que é o presente que Deus me deu.

  

OSEIAS ALVES PEREIRA

História de minha vida

            Nasci, cresci e fui educado em lar evangélico, onde meu pai era o Pastor.

            Por este motivo, tive um sonho frustrado. Por ser filho de Pastor, tínhamos que seguir a doutrina da igreja, por isso não podíamos jogar futebol. Até apanhar para não jogar bola, apanhei e matava as aulas para ir jogar escondido.

            Hoje meu pai está arrependido, pois quando eu tinha 21 anos ele foi me ver jogar bola e percebeu que eu tinha talento! Ele tentou se redimir e levou-me em alguns times para eu fazer testes , mas era tarde, pois era barrado por causa da idade. Para os clubes de futebol, eu já tinha estourado a idade.

            No meio disto, conheci uma moça chamada Cecília. Foi outra fase boa de minha vida. Mas uma vez, tive que entrar em atrito com a minha religião, pois meu pai sendo pastor, foi transferido para outra cidade e eu para não perder o meu grande amor, me separei de minha família. Assim dei um grande passo em minha vida.

Graças a Deus, deu certo!

Hoje tenho uma família constituída.

Um outro grande passo em minha vida, quando fui tentar a vida em Portugal.

Foram apenas 3 meses. Mas de grande importância e aprendizado.

O mais importante!

Aprendi a dar valor aos meus pais, meus amigos e em especial a minha esposa Cecília.

Descobri que apesar do desentendimento, o que sentimos um pelo outro é maior. E com esse sentimento, podemos superar qualquer crise conjugal.

Obrigado Cecília, por tudo e pela filha que me destes!

 

PATRÍCIA MARINHO

Pai… amor eterno

A história da minha vida é muito difícil e complicada. Aos meus 11 anos de idade, minha mãe separou do meu pai. Eu nunca me conformei com essa separação.

Hoje eu tenho 19 anos e nunca esqueci disso, foi muito difícil.

Morei um ano com meu pai.

Depois fui morar com minha mãe e até hoje moro com ela. Sinto uma falta enorme do meu “pai”. Esse trauma carrego desde pequena, pr nunca ter me conformado com a separação deles.

Tem mais, não é só isso. Minha história nem começou.

Meu pai morava em outra cidade, no estado de Tocantins. Eu ia passar as minhas férias lá. Meu pai tinha sofrido dois derrames quando eu era pequena e agora ele já está com 66 anos. da idade da minha avó.

Eu tenho mais três irmãos, duas mulheres e um homem. A primeira foi do primeiro casamento. A segunda é do segundo casamento e o menino é meu irmão.

A primeira é a Ana. Mora no estado do Pará, com a outra irmã. Elas não são muito ligadas a nós , mas ligam de vez em quando.

Voltando ao assunto do meu pai, teve umas férias que eu não fui lá. Por causa das minhas amigas. Liguei e falei com ele. Conversamos muito. Ele disse que não estava muito bem e que ia mandar o dinheiro para eu ir. Mas eu não queria ir.

Aí ele falou uma coisa que me marcou muito:

_ Vem minha filha! Papai manda o dinheiro.

Essas palavras estão aqui guardadas na minha memória. Passou alguns dias. Eu estava na casa de uma amiga. Fui para uma festa, depois dormi lá. Estava dormindo quando meu celular tocou. Era minha mãe e ela falou:

_ Patrícia, seu pai faleceu. _ nossa, acabou o meu mundo. Queria morre naquele momento. O homem que eu tanto amo e sempre vou amar, tinha morrido.

Fui para casa e quando cheguei lá, meu irmão já tinha ido, mas não chegou a tempo. Já tinham enterrado o corpo.

Esta é a lembrança que eu tenho dele. Guardo as lembranças no meu coração e na minha cabeça, na memória. Agora superei tudo. Nós estamos nesta vida pra isso. Ninguém é eterno. José Carvalho.

 

POLIANE DA SILVA

Mudança de Vida

Com 16 anos fiquei grávida e  fiquei muito assustada com a mudança.

Saí da casa da minha irmã e fui morar com o Vinícius, na casa dos pais dele. Tive muito medo, mas fui bem recebida e eles me tratam bem, até demais. Até cartão telefônico eles me dão para ligar para minha família, que estão no Tocantins.

Nestes meses de gravidez, as mudanças no meu corpo foram acontecendo. No mês de abril, descobri que era um menino e fiquei muito feliz. O Vinícius e a família também.

O Vinícius conversa com o bebê, que até domingo não tinha nome. Foi escolhido no dia 6 de setembro. Vai se chamar CAUAN VÍTOR.

Hoje fomos a Campinas comprar roupinhas e o que ele vai precisar.

Cauan Vítor veio para mudar a minha vida e a do Vinicius.

É muito bom saber que já está chegando a hora dele nascer para poder conversar muito e dar muito cheirinho!

POLLYANA COUTINHO

A minha infância

            A minha infância foi muito boa, muito boa. Eu me divertia muito com meus amigos, familiares e primos.

            Na minha infância aconteceu coisas boas e ruins. Eu me lembro de quando eu completei 2 anos, meu pai fez meu primeiro aniversário. Foi uma festa muito boa. Quando chegou a hora de partir o bolo, meu pai falou:

            _ Filha, agora você dá o primeiro pedaço d bolo para quem você mais gosta.

Só que eu não dei o bolo nem pro meu pai nem pra minha mãe. Comi, e todo mundo sorriu.

Sempre fui a queridinha da família.

Uma coisa ruim que aconteceu comigo foi assim: Quando eu tinha 1 ano, eu estava brincando com meus primos e alguns amigos. Quando fui levantar uma barra de ferro e ela caiu em cima do meu dedo. Tinha um pé de manga e prensou o meu dedo na raiz. Foi o dedo do meio da mão esquerda que o couro do dedo desceu e ficou  na junta do dedo. Saiu tanto sangue que eu desmaiei e só acordei no hospital. Passei 20 dias. O dedo da mão ficou só no osso. Eu fiz uma cirurgia e não deu certo. Teve que quebrar  o dedo novamente para fazer nova cirurgia. Deu tudo certo.

Eu me lembro quando fiz uma viagem para Belo Horizonte. Tinha 15 anos. Nós fomos de avião. Eu, meu pai, mãe, tios, irmãs e meus outros parentes.

Chegando lá, fomos para uma fazenda do padrinho. Lá tinha uma serra muito alta. Fizemos uma escalada. Eu amei chegar. Dava um frio na barriga.

Ah, eu fiz  tanta viagem  com minha família. Foram todas maravilhosas que eu não esqueço nunca mais.

E foi assim a minha infância. Cheia de Aventuras! 

VITURINO SANTOS SOUZA

Diferença

Nasci no interior do Pará. Lá trabalhava com a enxada na roça e também derrubava matas.

            Já trabalhei em várias atividades. Tenho conhecimento de lanternagem e este serviço me deu um meio de sobrevivência quando tinha 16 anos, pois meu primeiro serviço era rotina e um serviço braçal. Não tenho saudades desta época, pois com o tempo de trabalho agente abusa.

            Depois conheci e aprendi marcenaria. Trabalhei com madeira, transformando ela em móveis. Um serviço muito bom mas mexe muito com produtos químicos, inflamáveis.

            Me mudei para Goiânia, decidido a ficar para trabalhar do que acontecesse. Consegui trabalho com marcenaria, mas aqui na capital, usa mais química que lá no Pará.

            Fiz muitos móveis e na minha cãs tem raque, banco, cadeiras que eu mesmo construí. Armário de parede, simples, mas foi eu quem fiz. Um serviço muito bom!

            Trabalhei também pelo serviço de pedreiro. Tenho bastante conhecimento e até construí minha casa, com cinco cômodos  e bastante amor. Tenho prazer em tê-la.

            Tentei voltar meus estudos aqui em Goiânia, mas pela minha série, não tinha vaga nas escolas à noite. Parei por três anos.

            Aí conheci a Escola Municipal Professora Silene de Andrade e voltei na 3ª série com a Professora Eleuza que me ajudou a superar algumas dificuldades.

            Hoje, já estou na 8ª série e tento alcançar os sonhos e os projetos que ainda não consegui.

            Tento ser diferente da “formiga”. Que cria asas e voa sem direção, sem rumo e sem direito de voltar ao lugar de origem.

            Sou Viturino Santos Souza.

 

YOUKATELLE EVANGELISTA LEITE

Amizades

Para falar de amigos, eu precisaria de tempo e espaço. Então vou falar de uma amiga muito importante. Com ela aprendi o verdadeiro valor da amizade.

Lembro do nosso  primeiro dia de aula, quando vimos que estudaríamos na mesma sala. Começamos a gritar, duas loucas gritando e pulando no pátio do colégio. A primeira coisa que ela fez foi me apresentar pros seus amigos. Mateus, Jullyanna, Thais (Teteus, Júhh, Tatá). Os mais populares do colégio. Quando entramos na sala, todos ficaram olhando. Teteus, o menino mais bonito do colégio com quatro meninas. Todos perguntavam meu nome e eu, timidamente, abaixava a cabeça e respondia.

Minha amiga, sempre me salvando, me puxou pro fundo da sala.

_ Débora é o nome dela e juntos formamos o grupo: Debby, Telly, Teteus, Júhh e Tatá.

No meu primeiro dia de aula, já ganhei uma advertência por não entrar na sala de aula e por fazer bagunça no pátio com eles. Lembro-me da diretora falando:

_ Olha as amizades que você já está se envolvendo. Logo no primeiro dia, você levou uma advertência.

Eu morrendo de rir do Teteus, imitando ela. Tivemos que ficar no colégio até as 6 horas. Foi um dia marcante. Desse dia pra frente, eu e a Debby nos tornamos as melhores amigas.

Nosso grupo era conhecido por todos da Diretoria. Foi um ano muito importante e até hoje, somos muito amigas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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